A Valve respondeu às acusações sobre a remoção de um mod da Steam, esclarecendo que o conteúdo foi inicialmente bloqueado apenas na Coreia do Sul por descumprir leis locais. O próprio criador do mod Gwangju Running Man, feito para Mount & Blade, excluiu o conteúdo da plataforma, o que causou sua indisponibilidade em todo o mundo.
A discussão começou após uma série de reportagens da imprensa sul-coreana, incluindo a Yonhap News Agency e o portal ThisIsGame. Deacordo com essas fontes, a Valve teria atendido a um pedido formal do Comitê de Classificação e Administração de Jogos da Coreia do Sul (GRAC) para remover o mod não apenas no país, mas em todos os países.
O mod recriava os eventos do Levante de Gwangju, um protesto estudantil pró-democracia que aconteceu em 1980 e que o governo militar sul-coreano da época reprimiu com violência. De acordo com os relatos, o mod apresentava uma versão distorcida dos fatos históricos, retratando os manifestantes como criminosos armados e justificando a repressão militar.
A capa do mod trazia a imagem de Chun Doo-hwan, ex-presidente militar do país e figura central no episódio histórico. O conteúdo levantou preocupações sobre a glorificação da repressão e possíveis danos à memória coletiva sul-coreana. Como resposta, o GRAC bloqueou o mod no país e, posteriormente, solicitou à Valve sua remoção completa da Steam.
Valve esclarece atuação na remoção do conteúdo
Diante da repercussão, a Valve declarou que limitou o acesso ao mod somente na Coreia do Sul, em março, após ser notificada de que o conteúdo violava a legislação local. A empresa explicou que a remoção em outros países ocorreu apenas em junho, quando o autor do mod optou por excluí-lo da plataforma.
A Valve destacou que não costuma remover conteúdos com base em solicitações políticas, a menos que haja violação de leis. No caso do Gwangju Running Man, a ação inicial se deu por motivos legais, dentro do território sul-coreano. A exclusão, segundo a empresa, não partiu de uma decisão corporativa, mas sim da própria pessoa responsável pela criação do mod.

Essa é uma das primeiras vezes que a Valve se vê envolvida em uma controvérsia relacionada a pedidos de remoção internacional de conteúdo por parte de governos. A empresa já foi alvo de críticas no passado por permitir a publicação de jogos com temáticas sensíveis, como Active Shooter e Rape Day. Nessas ocasiões, as remoções ocorreram em resposta a questionamentos públicos ou por descumprimento de políticas internas da plataforma.
Companhia também aplica ajustes na Steam
Apesar da polêmica recente, a Valve tem investido em melhorias para a plataforma Steam, indo além da moderação de conteúdo. Em junho deste ano, a empresa lançou filtros avançados de acessibilidade que permitem aos usuários localizar jogos com recursos como legendas, opções de controle personalizáveis e ajuste de dificuldade.
Ao mesmo tempo, a empresa precisou lidar com questões de segurança, respondendo a rumores sobre uma invasão em maio. A Valve esclareceu que não houve violação dos sistemas. Além disso, afirmou que o incidente envolveu apenas vazamento de mensagens SMS antigas usadas para verificação de conta. Ou seja, sem exposição de dados sensíveis ou comprometimento da segurança dos usuários.
Fonte: Eurogamer