Enquanto o mercado de hardware vive a intensidade de lançamentos, o arquiteto por trás do famoso sistema operacional aberto segue o caminho oposto. Mas, afinal: qual a GPU que o criador do Linux usa? Veja qual é o setup de Linus Torvalds em 2025.
O desenvolvedor ainda utiliza uma placa de vídeo AMD Radeon RX 580, lançada há oito anos, como seu principal acelerador gráfico.
A escolha, longe de ser mera resistência a upgrades, reflete uma filosofia pragmática: priorizar estabilidade, suporte duradouro e eficiência em vez de especulações de desempenho.
O legado da Radeon RX 580: como um hardware antigo mantém relevância no Linux
Baseada na arquitetura Polaris, a RX 580 seria considerada obsoleta para tarefas como jogos em 4K ou treinamento de modelos de IA, apesar de existirem algumas opções para aumentar a longevidade dos seus games na plataforma aberta.
No entanto, no ecossistema Linux, ela permanece competitiva devido aos drivers de código aberto, que evoluíram continuamente.
Torvalds destacou recentemente a capacidade do equipamento de suportar seu monitor ASUS ProArt 5K, graças ao Display Stream Compression (DSC), tecnologia que compensa as limitações de banda.
O assunto veio à tona após um problema no Linux 6.17, onde o DSC causava falhas de exibição. Torvalds não apenas identificou o bug, mas reverteu pessoalmente a atualização problemática, assegurando que o desenvolvimento do kernel não fosse prejudicado.
Em uma mensagem ao fórum de discussão sobre o kernel, ele descreveu a placa como “a mesma velha RX 580 de sempre“, reforçando sua preferência por confiabilidade em detrimento de inovações desnecessárias para o seu uso.
A configuração híbrida de Torvalds para produtividade
Obviamente, a guerreira RX 580 não está sozinha em seu setup. O sistema principal de Torvalds roda com um processador AMD Ryzen Threadripper, adotado anos atrás para acelerar a compilação do kernel Linux, uma decisão que se mantém acertada, mesmo com os novos Threadripper 9970X e 9980X dominando benchmarks.
Para ele, porém, desempenho excessivo é irrelevante quando a configuração atual já atende às demandas.
Já em dispositivos móveis, o cenário é diferente. Após breves experimentos com um MacBook M1 e um chip ARM da Ampere, Torvalds retornou a um notebook Intel com gráficos integrados i915, evitando as restrições de plataformas fechadas.
A mudança ecoa sua histórica crítica à NVIDIA, que em 2012 chamou de “a pior empresa que já lidamos“. Apesar dos avanços recentes da gigante em suporte open-source, o desenvolvedor continua alinhado com fabricantes que priorizam transparência, como a AMD.
AMD x NVIDIA: a batalha por drivers open-source e seu impacto no Linux
A preferência de Torvalds pela AMD não é acidental. A empresa mantém contribuições consistentes para o ecossistema open-source, garantindo que até hardware antigo, como a Polaris, receba otimizações.
Enquanto isso, a NVIDIA, apesar de ter liberado parte do código de seus drivers, ainda enfrenta desconfiança entre puristas do software livre.
Para o criador do Linux, a mensagem é clara: longevidade e acesso irrestrito ao hardware superam modismos.
Enquanto a indústria pressiona por upgrades anuais, sua RX 580, e a filosofia que ela representa, desafiam a noção de que mais poder sempre significa melhor.
Em um mundo de obsolescência programada, Torvalds prova que, com suporte adequado, até tecnologias “ultrapassadas” podem ser ferramentas de ponta.
Por que essa discussão importa para usuários comuns?
A postura de Torvalds ultrapassa o nicho técnico. Em uma era de consumo acelerado, sua rigidez lembra que sustentabilidade digital também passa por evitar trocas desnecessárias.
Apesar do posicionamento do figurão ser importante para ressaltar uma discussão sempre em pauta (a otimização de tecnologias mais antigas), é válido relembrar que cada tipo de usuário tem as suas necessidades.
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Agora que sabemos qual a GPU que o criador do Linux usa, qual é sua necessidade, caro leitor?
Um setup como o de Torvalds pode ser útil, mas para um gamer que quer aproveitar os jogos mais atuais, a tática poderia ser oposta: em vez de um Threadripper, seria melhor um processador mais simples, mas com uma GPU mais recente e poderosa.
E o mesmo vale para o nicho de entusiastas que fazem questão de experiências específicas, como jogos em realidade virtual ou mesmo os fãs de técnicas visuais modernas, como Ray Tracing e Path Tracing.
Uma das principais vantagens de ter um computador é esta: cada um pode montar uma configuração pronta para o seu próprio uso. E, como foi falado acima: o importante é ter um PC que atenda às suas demandas (nem mais e nem menos).
Para usuários de Linux, máquinas como a de Torvalds fazem total sentido; contudo, outros tipos de públicos também precisam ajustar os seus gostos e peculiaridades. A busca pela experiência perfeita no PC não é uma tarefa tão fácil quanto copiar o setup alheio.
E aí? Qual é a sua opinião sobre a situação? Compartilhe o seu ponto de vista nesta publicação e continue acompanhando o Adrenaline!
Fonte: Tom’s Hardware
