Como ativar o FSR Redstone em quase qualquer jogo usando o Optiscaler

A vinda do FSR Redstone, nova geração das tecnologias gráficas da AMD baseadas em machine learning, prometeu um salto na qualidade da geração de quadros, da reconstrução de raios e do tratamento de iluminação em tempo real.

O problema é que, pelo caminho oficial, esse pacote ficou restrito a um número reduzido de jogos compatíveis com versões recentes do FSR 3.1.4 ou superiores.

Diante da limitação, a comunidade encontrou uma alternativa: usar o Optiscaler para habilitar o FSR Redstone Frame Generation em títulos que jamais receberam suporte direto da AMD.

A partir disso, o método ganhou tração poucos dias após a liberação pública do Redstone e passou a circular em fóruns técnicos, Discords e sites especializados, chamando atenção principalmente de usuários de GPUs RDNA 4, hoje limitados pela escassez de integrações nativas.

O que é o FSR Redstone e por que ele é diferente

O FSR Redstone é a transição definitiva da AMD para algoritmos de machine learning em sua pilha gráfica.

Entre os principais componentes estão o FSR Frame Generation com ML, a regeneração de raios e técnicas de cache neural para iluminação indireta. Na prática, o objetivo é melhorar a qualidade dos quadros interpolados, reduzir artefatos visuais e suavizar o ritmo de exibição, especialmente em cenas complexas.

Apesar do avanço técnico, a AMD optou por um modelo conservador de adoção: apenas jogos com integração recente do SDK FidelityFX passaram a receber o upgrade por driver, formando uma lista que gira em torno de 30 títulos, número bem abaixo do ecossistema já atendido por soluções concorrentes baseadas em IA.

Jogos suportados
ARC Raiders F1® 25 Mafia: The Old Country Squad
Black Myth: Wukong Farming Simulator 25 Marvel Rivals THE FINALS
Call of Duty®: Black Ops 7* God of War Ragnarök No More Room in Hell 2* The Last Caretaker*
Cash Cleaner Simulator Grand Theft Auto V Enhanced Project Motor Racing The Talos Principle: Reawakened
Cronos: The New Dawn* Hell is Us Qanga Titan Quest II*
Cyberpunk 2077 Hogwarts Legacy Rem Survival Winter Survival*
Deathground* INDUSTRIA 2 (demo) Ships At Sea Wreckfest 2
EXFIL* Keeper SpongeBob SquarePants: Titans of the Tide* Wuthering Waves

Jogos marcados com * indicam suporte via atualização de driver ou integração específica, podendo variar conforme versão do jogo e do driver.

O descompasso abriu espaço para soluções alternativas fora do caminho oficial.

Como o Optiscaler entra nessa equação

O Optiscaler é uma ferramenta de terceiros que atua como uma camada intermediária entre o jogo e os sistemas de upscaling ou frame generation. Ele intercepta chamadas gráficas e redireciona entradas e saídas entre tecnologias como DLSS, XeSS e FSR, permitindo combinações que não existem de forma nativa.

Com atualizações recentes em builds prévias, os desenvolvedores do Optiscaler passaram a utilizar uma versão mais nova do SDK FidelityFX, viabilizando o uso do FSR Redstone Frame Generation mesmo em jogos que só contam com suporte básico a upscaling, como FSR 2 ou DLSS 2.

O próprio projeto descreve essa fase como experimental, mas funcional o suficiente para testes avançados.

Reprodução/Optiscaler

Instalação do Optiscaler e pré-requisitos

Para acessar os recursos mais recentes, é necessário utilizar uma sversão prévia do Optiscaler, distribuída principalmente via Discord do projeto. A versão estável disponível no GitHub ainda não inclui suporte ao Redstone.

O processo envolve alguns passos técnicos, mas segue um padrão simples: extrair os arquivos do Optiscaler, copiá-los para a pasta do jogo e executar um script de configuração.

Durante a instalação, o usuário pode optar por simular entradas da NVIDIA, etapa relevante para jogos que dependem de DLSS Frame Generation.

Passo a passo para ativar o FSR Redstone com o Optiscaler

  1. Entre no Discord do Optiscaler e baixe a build prévia mais recente, já que a versão estável pública ainda não inclui suporte ao Redstone.
  2. Extraia os arquivos do Optiscaler e copie todo o conteúdo para a pasta do jogo, exatamente onde fica o executável (.exe).
  3. Execute o arquivo setup_windows.bat e, quando solicitado, pressione 1 para ativar o spoof de entradas da NVIDIA. Repita até o processo finalizar.
  4. Inicie o jogo normalmente e carregue uma cena jogável antes de abrir o menu do Optiscaler.
  5. Pressione a tecla Insert para acessar a interface do Optiscaler.
  6. Em Upscaler, troque o padrão (geralmente XeSS) para FSR 3.x/4.
  7. Em Frame Generation, escolha a fonte conforme o jogo:
  8. OptiFG (Upscaler) para títulos com DLSS FG antigo ou sem suporte nativo a frame generation.
  9. DLSSG via Streamline para jogos compatíveis com Streamline SDK 2 ou superior.
  10. Em FG Output, selecione FSR FG.
  11. Em FSR FG, altere o modelo para FSR 4.0.0, que corresponde ao Frame Generation com machine learning do Redstone.
  12. Clique em Save INI e reinicie o jogo para aplicar as alterações.
  13. • Após o reinício, volte ao menu gráfico do jogo e ative o Frame Generation, caso a opção apareça como DLSS FG ou similar.
  14. Retorne ao Optiscaler e confirme se o modelo FSR 4.0.0 permanece selecionado.

Vale ressaltar que o procedimento altera o comportamento do jogo em nível de execução, o que explica por que a ferramenta não é recomendada para títulos competitivos ou com sistemas rigorosos de anti-cheat.

Reprodução/Optiscaler

Dois cenários possíveis para ativar o Frame Generation

O funcionamento do FSR Redstone via Optiscaler muda conforme o tipo de suporte nativo do jogo.

1. Jogos com DLSS Frame Generation via Streamline antigo

Em títulos que usam versões iniciais do Streamline, o Optiscaler recorre ao chamado OptiFG, um método que utiliza os mesmos dados do upscaler ativo para gerar quadros adicionais. Nesse caso, o usuário seleciona o FSR como upscaler e define o FSR Frame Generation como saída.

Reprodução/Optiscaler

O resultado visual tende a ser aceitável, mas com limitações claras. Como os dados de entrada são menos completos, o algoritmo de ML não recebe todas as informações que teria em uma integração nativa, o que reduz o ganho perceptível em relação às versões anteriores do FSR FG.

2. Jogos com DLSS Frame Generation via Streamline 2 ou superior

Aqui está o cenário mais favorável. Quando o jogo oferece DLSS Frame Generation moderno, o Optiscaler consegue aproveitar os inputs avançados do DLSS e redirecioná-los para o FSR Redstone FG. Isso acarreta em melhor exclusão de HUD, menos artefatos e uma sensação mais consistente de fluidez.

Reprodução/Optiscaler

Testes práticos relatados pela comunidade mostram que, nesses casos, o comportamento do frame pacing se aproxima bastante do esperado em soluções oficiais, mesmo sendo uma implementação alternativa.

Quanto melhor a qualidade dos dados de entrada do jogo, mais próximo o resultado fica do ideal

Qualidade de imagem, desempenho e limites atuais

Na prática, a diferença visual entre FSR Redstone FG e versões imediatamente anteriores do FSR Frame Generation ainda é sutil em muitos jogos.

Parte disso se deve à dificuldade de avaliar frame pacing com ferramentas tradicionais, já que métricas comuns nem sempre refletem com precisão o comportamento de quadros gerados por IA.

Mesmo assim, relatos indicam que o Redstone não introduz novos problemas evidentes de latência ou instabilidade quando comparado às versões anteriores, desde que usado em cenários compatíveis.

Ainda assim, é importante reforçar: trata-se de uma solução não oficial, sujeita a falhas, incompatibilidades e possíveis impactos em estabilidade.

O que esperar do FSR agora

A rápida resposta da comunidade ao lançamento do Redstone expõe uma tensão clara entre avanço tecnológico e ritmo de adoção oficial. Ao mesmo tempo em que a AMD avança no uso de machine learning, a dependência de integrações específicas limita o alcance imediato dessas melhorias.

Ferramentas como o Optiscaler crescem como um sinal de demanda reprimida. Usuários querem experimentar novas técnicas gráficas sem aguardar ciclos longos de atualização por parte dos estúdios. A questão que fica é até que ponto soluções desse tipo continuarão sendo necessárias, ou se futuras versões do FSR adotarão uma abordagem mais flexível desde o início.

Independentemente do caminho escolhido, o episódio do Redstone mostra que, no ecossistema de PCs, inovação técnica raramente caminha sozinha. Quando há espaço, a comunidade trata de preencher as lacunas.

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