A NVIDIA celebrou há algumas semanas a possibilidade de poder voltar a vender suas GPUs H20 para a China. A comemoração foi seguida de uma encomenda de 300.000 unidades de produtos para fabricação pela TSMC, segundo reportagem da Reuters. Agora, no entanto, são autoridades chinesas que questionam o uso dos produtos para a segurança nacional.
É também a Reuters que reporta que a Administração para Ciberespaço da China, órgão regulatório para internet e tecnologias semelhantes no país, levantou o questionamento sobre a segurança das H20. Governantes do país asiático estariam preocupados com declarações recentes dos EUA, que teriam levantado a possibilidade de equipar os chips vendidos para exportação com funções de rastreio e posicionamento.
A reportagem afirma que as autoridades da China convocaram representantes da NVIDIA hoje mesmo, dia 31, para dar explicações para o H20. Eles querem garantias de que os componentes não contam com nenhuma backdoor ou quaisquer riscos de segurança para empresas chineses que optarem pelo uso dos produtos.
A NVIDIA foi contatada pela Reuters, mas não ofereceu ainda um parecer oficial sobre a situação.
Questionamento sobre a H20 não deve resultar num bloqueio
Analistas de mercado enxergam as novas declarações de autoridades chinesas muito mais como um gesto simbólico do que algo que vá, efetivamente, resultar num novo bloqueio dos produtos. Esse tipo de questionamento a respeito da segurança de produtos e possível introdução de backdoors costuma acontecer em componentes chegando aos EUA.

“Nós não acreditamos que Pequim vai fazer demandas excessivamente duras ou introduzir obstáculos regulatórios que efetivamente afastem a NVIDIA da China”, declarou um analista da 86Research. “Pela falta de alternativas, a China ainda precisa de chips da NVIDIA para pesquisa doméstica e aplicações”.
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No entanto, a dependência do país não é mais como já foi e seus avanços são suficientes para pressionar a NVIDIA e os EUA em novas negociações. É assim que interpreta outra análise, vinda da Gavekal Dragonomics. “A China obviamente tem mais coragem e capacidades de substituição doméstica comparado a anos anteriores para não depender de tecnologias estrangeiras”, dizem analistas.