Donald Trump afirma que tentou dividir a NVIDIA, mas não conseguiu

Durante um evento recente nos Estados Unidos, Donald Trump revelou que cogitou dividir a NVIDIA por considerar seu domínio no mercado de chips de inteligência artificial excessivo. O ex-presidente disse que não conhecia a empresa até ser informado por assessores e, após avaliar a complexidade da operação, decidiu recuar da ideia.

Segundo o próprio Trump, a motivação inicial era simples: a NVIDIA estava “ganhando dinheiro demais” e controlava praticamente todo o mercado de chips utilizados em tecnologias de inteligência artificial. Isso o levou a questionar seus assessores sobre a possibilidade de “quebrar a empresa”.

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AI Action Plan e a intenção de intervenção

A declaração ocorreu em julho de 2025, durante a apresentação de seu plano chamado AI Action Plan, uma proposta para regulamentar o desenvolvimento da inteligência artificial nos Estados Unidos. Na ocasião, Trump detalhou sua surpresa ao descobrir o tamanho da influência da empresa no setor.

“Eu nunca tinha ouvido falar da NVIDIA antes. Falei: o que é isso? Eles me explicaram que é a empresa que fornece todos os chips para IA”, relatou Trump ao público presente. “Minha primeira reação foi: vamos quebrar esse cara”, afirmou, referindo-se ao CEO Jensen Huang.

Mudança de postura após encontro com o CEO

Porém, após consultas com sua equipe, Trump foi convencido a abandonar a ideia. Assessores explicaram que seria extremamente difícil dividir a companhia, dada sua importância estratégica e a complexidade jurídica e econômica que envolveria tal movimento.

Apesar do impulso inicial, o ex-presidente acabou mudando de postura ao conhecer pessoalmente Jensen Huang. Trump declarou que “passou a gostar do CEO” e elogiou sua liderança à frente da empresa. “Ele é realmente bom”, disse Trump, suavizando o tom após o episódio.

Tentativas de flexibilizar exportações

A proposta de “quebrar” a empresa seguia uma linha semelhante à ideia de divisão de grandes conglomerados tecnológicos, algo discutido nos Estados Unidos em relação a empresas como Google, Amazon e Meta. Contudo, no caso da NVIDIA, a ação não passou de uma ameaça retórica de Trump.

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Além disso, Trump também comentou durante o evento que cogitou revogar restrições à venda de chips de IA para a China. “Se eles quiserem chips, por que não vender?”, questionou, deixando claro que, sob seu comando, os Estados Unidos adotariam uma abordagem mais flexível.

Esse tipo de flexibilização contrasta com medidas em vigor, como a adiada tarifa extra de 25% sobre GPUs, proposta pelo governo Biden. A medida havia sido anunciada como parte da guerra comercial entre EUA e China, o que pode impactar significativamente o preço de produtos tecnológicos no mundo todo.

Tarifas e política externa em pauta

No início do ano, Trump já havia se posicionado contra tarifas impostas a aliados e parceiros comerciais. Na época, sua equipe chegou a sugerir que ele iria rever a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo eletrônicos e bens industriais, reforçando sua postura protecionista apenas contra rivais estratégicos.

A posição dominante da NVIDIA

Atualmente, a NVIDIA é responsável por cerca de 80% do fornecimento de chips para IA no mundo, e seu valor de mercado gira em torno de US$ 3,5 trilhões. A empresa se tornou um pilar central da revolução da IA, com seus chips H100 e H200 sendo amplamente utilizados por gigantes como OpenAI, Google, Microsoft e Amazon.

As declarações de Trump repercutiram amplamente entre especialistas do setor, que interpretaram a fala como um reflexo da crescente politização em torno do domínio tecnológico global. Ao mesmo tempo, evidenciam a forma direta — e por vezes impulsiva — com que o ex-presidente lida com temas estratégicos.

Fonte: The Verge

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